1891 | Itália:
…O cenário era de um país enfraquecido pela guerra que chegava ao fim, com um resultado desastroso para o povo, principalmente os camponeses. Folhetos do governo brasileiro espalhados por toda a Europa diziam que o país oferecia trabalho e fortuna:
“…Terras no Brasil para os italianos. Navios partindo toda a semana do porto de Gênova !
Venham construir seus sonhos com a família!
Um país de oportunidades!
Clima tropical e abundância !
Riquezas minerais!
No Brasil vocês podem ter o seu castelo!
O governo dá terras e ferramentas para todos!”
O casal Alexandre Ernesto Balbo e Maria Fazolo Balbo, parte da cidade de Longare, Província de Vicenza– Itália, para iniciar uma vida de amor à terra no Brasil.
Chegando ao Porto de Santos, embarcaram em um trem para São Paulo, depois Campinas e Vinhedo, onde seu irmão Ângelo e suas duas irmãs, que já tinham vindo para o Brasil, trabalhavam. 1º Grande Golpe Emocional da Família Balbo no Brasil : Emiliana e Attílio (2 filhos pequenos que trouxeram da Itália ) e uma irmã de Alexandre, morreram, vítimas da Peste Negra ( Bubônica) . Mas seguiram em frente e a tristeza deu lugar à ESPERANÇA novamente ! O Trabalho era necessário mas, nesta região de Campinas já estava com fazendas formadas e, portanto, não precisavam mais de mão-de- obra, por isso, só se falava na região da Alta Mogiana, no “sertão brabo” de Ribeirão Preto, que ainda era uma região semi virgem, com apenas algumas fazendas abertas. A região era carente da mão-de obra e este seria o novo centro cafeeiro do Brasil. Chegaram a um barracão onde ficavam todos os imigrantes italianos. Um carro de boi os levaram até a fazenda onde iriam trabalhar. O destino era a região do Pântano, entre São Simão e Cravinhos. Chegaram à Fazenda das Flores, de propriedade do Coronel Cândido Sirino de Oliveira, com 1 milhão e cem mil pés de café. A Fazenda tinha várias colônias, mas a colônia onde Alexandre Balbo e Maria Fazolo Balbo se instalaram, chamava-se COLÔNIA DA ENCRENCA ! O casal teve sete filhos no Brasil: 04 homens e 03 mulheres: Olinto, Pedro, Attílio, Marcelo, Altéria, Madalena e Olímpia.
1894: Na FAZENDA DAS FLORES, município de Cravinhos, interior de São Paulo, nasce Attílio Balbo, o patriarca que iniciou os negócios da Família Balbo.
1896: Mudam-se para a FAZENDA PALESTINA, em Sertãozinho, propriedade de Arthur Diederichsen, irmão de Antonio Diederichsen, fundador do Banco Construtor, em Ribeirão Preto. Ali, Alexandre Balbo permanece “Colono” até 1.900
1900: FAMÍLIA BALBO chega ao ENGENHO CENTRAL, mais tarde denominada “Usina Schimidt”, em Sertãozinho. Aqui inicia-se a história das empresas do Grupo Econômico Balbo.
1903: Nesse lugar comprou 50 alqueires de terras, montou um pequeno engenho para FABRICAÇÃO DE AGUARDENTE. Esse empreendimento, iniciado as vésperas de uma grande crise canavieira, torna-se insustentável e, sem alternativa, vende a propriedade ao Cel. Francisco Schimidt. 1903 a 1906 – Alexandre, pai do Sr. Attílio, passou a trabalhar ali ( Engenho Central) e ser colono do Coronel Francisco Schimidt. Com 9 anos de idade, o pequeno Attílio começa a trabalhar com seu pai. Trabalhava durante o dia e estudava à noite, na escola primária.
1906: Primeira Safra Açucareira do Engenho Central, de propriedade do Coronel Francisco Schimidt.
1911: Aos 17 anos, Attílio Balbo era Ajudante de Ferreiro. Neste ano seu pai (Sr. Alexandre) faleceu, ficando ele com a chefia da casa, com a mãe viúva e mais sete irmãos, todos menores que ele.
Casa onde nasceram, no Engenho Central
1913: 13 de Setembro de 1913- com 19 anos: Casou-se com D. Crescência Carolo Balbo. Ela, filha de Jácomo Carolo e de Paschoa Moro Carolo, nascida em 1896, na Fazenda Iracema, município de Ribeirão Preto; hoje de propriedade da Família Balbo. Doze filhos nasceram na mesma casa: Alexandre, Clarinda, Floriana, Jácomo Nelson, Argemiro, Alcídio, Mercedes, Hermenegilda, Menezis, Waldemar, Attílio e Leontino.
1917: Com 23 anos, Sr Attílio passou a exercer função de Primeiro Ferreiro, desempenhando todas as funções de “contra mestre” da Oficina.
1919: Foi promovido a Mestre da Oficina, exercendo a função até 1926.
1922: Fez sociedade com outra pessoa abrindo a primeira Agência Ford em Sertãozinho, mas não foi feliz e, em menos de 1 ano, dissolveram a sociedade e encerraram a empresa, sem lucro algum.
1927 a 1936: Chefe Geral da Usina ( Indústria), Oficina e Serraria.
Centrífugas e Cristalizadores Oficina e Serraria
1927: As Propriedades dos Irmãos Schimidt foram à falência e penhoradas pelo Banco do Estado. O representante do Banco de São Paulo veio ao Engenho Central, como “Síndico da massa falida” para recuperar a usina e recuperar as perdas dos credores…
1936: Paralelamente…Com as economias de décadas de trabalho e mais uma parcela que um grande amigo (Eugênio Tonielo) emprestou-lhe, comprou quatorze alqueires de terras no Município de Pontal, terras essas que eram cultivadas principalmente, cana de açúcar. Passou a fornecer cana para a Usina Albertina, de propriedade do Coronel Guilherme Schimidt.
1937: FAMÍLIA BALBO NO ENGENHO CENTRAL: Da esquerda para a direita-1º plano: Argemiro, Alexandre, Sr. Attílio, Sra Crescência, Clarinda,Floriana e Mercedes. 2º Plano: Waldemar, Menezis, Jácomo Nelson, Hermenegilda, Alcídio, Attílio Filho e Leontino.
1940: Passou a exercer função de Gerente Geral da Usina, Oficina e Serraria.
1941: Ainda como gerente da usina, adquiriu na zona da alta paulista, em Osvaldo Cruz, uma gleba de terra, de mata virgem, com dezoito alqueires que transformaram-se, ao final de 4 anos, em 25 mil pés de café.
1945: Vendeu sua propriedade de cana, no Município de Pontal para o Coronel Schimidt, vendeu também esta propriedade de café para pessoas residentes na região de Osvaldo Cruz.
1946: Neste ano quando a usina estava recuperada da falência, foi devolvida à família Schimidt. Sr. Attílio, como gerente, conseguia a produção de aproximadamente 110 mil sacas de açúcar! Detalhe: com o mesmo maquinário que tinha em 1927 (20 anos atrás), conseguindo aumento, apenas com eficiência de produção!
Ainda 1946: Ele e seus filhos resolveram tornar-se independentes
“Há risco…Mas, arrisco” !!!!
Toda a família mudou-se para o Bairro do Campinho, Município de Sertãozinho. Constituíram uma sociedade, a “Attílio Balbo & Filhos”. Compraram sete alqueires de terras da família Melle, desmembrados da fazenda São Luiz e adquiriram também direitos para a fabricação de açúcar. Iniciou- se assim, a instalação de uma pequena fábrica de açúcar denominada “Usina Açucareira Santo Antonio”.
1947: USINA SANTO ANTONIO: FUNDADA PELA FAMÍLIA BALBO
A vocação, aliada com a experiência e conhecimento, gerou na moagem de 16.000 toneladas de cana-de- açúcar e na produção de 1.664 toneladas de açúcar (27.733 sacas de 60 quilos) na primeira safra, em 1947.
Dali em diante os passos para o crescimento foram constantes.
1956: Aquisição da Usina São Francisco (UFRA) FUNDAÇÃO
Resultados da primeira safra sob a administração da Família Balbo:
Açúcar/Scs. 50 kg. | Ano 1956 | Ano 1957 |
Cristal | 65.677 | 101.099 |
Demerara | 0 | 46.397 |
Total | 65.677 | 147.496 |
Usina Santana
Usina Perdigão
1958: Início da Produção de Etanol Anidro e Hidratado.
1962: Compra da USINA SANTANA, município de Sertãozinho, pertencente à Família Verri.
1965: Compra da USINA PERDIGÃO, município de Ribeirão Preto, pertencente aos Irmãos Perdigão.
1977: Sr Attílio Balbo, na USA, comemora produção de um milhão de sacas de açúcar de 60kg e 30 anos de atividade!
Aos 70 anos distribuiu o patrimônio:
…Só é capaz disso, quem acredita na própria obra…
Sr Attílio (terno branco) no Estádio de Futebol Attílio Balbo, na Usina Santo Antonio.
1986: Iniciou-se o Projeto Cana Verde, o qual foi o primeiro passo da migração para o processo de produção de cana orgânica.
1987: Início das atividades com a Bioenergia Cogeração. A Usina São Francisco S/A foi a primeira usina a se interligar ao sistema elétrico de distribuição e comercializar energia com a rede.
Neste ano, a administração do Grupo definiu como meta do seu planejamento estratégico, a agregação de valor aos produtos originários da cana, o que possibilitaria o acesso a novos mercados e, partir disso, definiu-se a missão da empresa: “Explorar o potencial da cana de açúcar e outros produtos agroindustriais”.
1993: LEVEDURA SECA
Ingrediente e Aditivo para Alimentação Animal . A levedura é um microrganismo unicelular utilizado no processo de fabricação de etanol. Parte deste é eliminado do processo para a manutenção da eficiência de fermentação. A maioria das usinas descarta este subproduto na vinhaça que é distribuída nas lavouras de cana. No entanto, a Usina Santo Antonio, a partir de 1993, realizou investimentos no processo de secagem, industrialização e comercialização deste produto.
1998: 1ª Produção de Açúcar Orgânico
2000: Uma MARCA veio agregar valor a essa história:
Líder Mundial na Produção de Açúcar e Etanol Orgânicos. Presentes em mais de 60 países. Linha de mais de 50 produtos. Resultantes de uma Filosofia de Trabalho que tem como Princípio as Práticas Sustentáveis e a Preservação do Meio Ambiente.
Uma parceria entre os grupos Pedra e Balbo, desenvolve o PHB, o plástico biodegradável extraído a partir do açúcar da cana, que se decompõe em até 195 dias.
2000: A partir de uma parceria com a Usina da Pedra, foi instalada no município de Serrana, Estado de São Paulo, a primeira planta piloto para a produção de plástico biodegradável a partir do açúcar da cana (PHB).
Este material pode substituir qualquer plástico produzido a partir do petróleo e possui uma capacidade de biodegradabilidade em ambientes forçados (aterro sanitário, rios, lagos, lixões) de apenas seis meses. Ressalta-se que essa tecnologia patenteada pela PHB já foi amplamente testada com resultados comprovados.
2002: Início da Comercialização do Crédito de Carbono.
2006: Início da Produção do Álcool Neutro Orgânico
Utilização: indústria farmacêutica e de cosméticos
Parceiro Comercial
2008: Inaugurada a Usina Uberaba, localizada no município de Uberaba, estado de Minas Gerais. Uma parceria entre o Grupo Econômico Balbo e a empresa Caldepar Empreendimentos e Participações Ltda, subsidiária da empresa Caldema Equipamentos Industriais.
2013: Grupo Econômico Balbo Investe no PHB Butirato : Nova Rota Tecnológica para o PHB (Plástico Biodegradável).
As Usinas atualmente são controladoras ou acionistas das empresas:
Hoje, o Grupo Econômico Balbo possui capacidade de processar 7,0 milhões de toneladas de cana-de- açúcar, produção de 253,64 mil toneladas de açúcar e 416,46 milhões de litros de etanol. As três usinas do Grupo exploram juntas 39.800 hectares de áreas, onde são produzidas aproximadamente 3,2 milhões de toneladas de cana-de- açúcar própria, o restante da matéria-prima é adquirida de produtores rurais, tradicionais das regiões onde as unidades industriais estão instaladas. Além dos produtos orgânicos, o Grupo também produz e comercializada energia elétrica.
USINA SANTO ANTONIO S.A
USINA SÃO FRANCISCO S.A
USINA UBERABA S.A
ENERGIA ELÉTRICA
A empresa Bioenergia Cogedora foi incorporada pelas Usinas Santo Antonio e São Francisco, que assumiram os ativos de cogeração de energia e passaram a comercializar diretamente o excedente de energia gerado.
As duas usinas juntas possuem capacidade de exportação de energia da ordem de 32 MW, sendo esta energia comercializada com outras empresas do setor elétrico nacional.
LEVEDURA
A simples secagem da levedura evoluiu para a concentração do “leite” e rompimento da parede celular, obtendo-se, desta forma, dois novos produtos de maior valor agregado, a parede celular e a levedura autolisada. O primeiro possui propriedades antibióticas e, o segundo, maior palatabilidade e ganho de peso aos animais.
Atualmente, a Usina Santo Antonio possui capacidade para produzir 2.700 toneladas de levedura por safra, sendo a totalidade desta produção exportada para Europa e Ásia.
PLÁSTICO BIODEGRADÁVEL:
Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo site www.biocycle.com.br.
CERA NATURAL DE CANA DE AÇÚCAR:
A partir de pesquisas realizadas em conjunto a Universidade de Campinas e a Megh Indústria e Comércio de Ceras e Emulsões, empresa com 20 anos de experiência no segmento, foi desenvolvida a tecnologia de extração, clarificação e refino de cera a partir da cana de açúcar.
A cera é extraída da torta-de-filtro, subproduto da produção de açúcar e pode ser utilizada nos segmentos alimentício, cosmético e farmacêutico.